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Análise fatorial exploratória ou análise fatorial confirmatória: qual escolher?

Nesse post, discutimos quando utilizar uma análise fatorial exploratória e uma análise fatorial confirmatória.

Bruno Damásio

mar 4, 2023

Análise fatorial exploratória e análise fatorial confirmatória são técnicas que têm o objetivo de encontrar a estrutura subjacente de uma série de itens de um questionário ou escala.

A análise fatorial exploratória é uma técnica exploratória, e o software irá encontrar o melhor número de fatores e quais itens fazem parte de cada um dos fatores, por meio do padrão de correlação dos itens. O termo “exploratória” advém do fato de que o pesquisador não escolhe nada do modelo, como o número de fatores ou quais itens fazem parte de cada um dos fatores. O programa é livre para encontrar essa estrutura.

Já na análise fatorial confirmatória, o pesquisador precisa estipular a priori quantos fatores tem o instrumento e quais itens fazem parte de cada um desses fatores. Neste sentido, o termo “confirmatória” advém do fato de que o programa irá tentar confirmar a estrutura proposta pelo pesquisador.

A grande dúvida, entretanto, é sobre qual procedimento escolher.

Análise Fatorial Exploratória ou Análise Fatorial Confirmatória: Qual escolher?

Em geral, utilizamos a análise fatorial exploratória quando estamos diante de um instrumento novo, ou quando não temos evidências fortes sobre a estrutura da medida em outras amostras, ou ainda quando a estrutura fatorial do instrumento se demonstrou instável em outras pesquisas e não temos segurança sobre o modelo.

Nesse caso, tendemos a realizar uma análise fatorial exploratória para ver como os dados se agrupam na nossa amostra.

Por outro lado, utilizamos a análise fatorial confirmatória quando queremos confirmar uma estrutura teórica pré-existente, derivada de pesquisas anteriores. Além disso, a análise fatorial confirmatória também pode ser usada para testar modelos concorrentes. Ou seja, quando a literatura apresenta mais de uma solução fatorial, é possível realizar a análise fatorial confirmatória para avaliar a plausibilidade das diferentes estruturas em sua amostra.

Em síntese, deve-se usar a análise fatorial exploratória quando há nenhuma ou pouca evidência sobre a estrutura da medida. Por outro lado, deve-se optar pela análise fatorial confirmatória quando já há evidências que mostrem um caminho a ser testado.

Para finalizar este post, gostaria de responder a uma pergunta que recebo com frequência:

“Estou criando uma medida nova, posso realizar uma análise fatorial confirmatória direto?”

A resposta é que essa prática é pouco usual.

Embora seja provável que você tenha uma estrutura hipotética, que foi utilizada para criar os itens, em geral, coloca-se essa estrutura à prova por meio da análise fatorial exploratória, pois não há evidências empíricas ainda se essa estrutura realmente irá funcionar e se é a mais adequada para os dados.

Se optar por fazer uma análise fatorial confirmatória, eventualmente pode-se obter bons índices de ajuste, atestando a plausibilidade do modelo, mas fica-se sem informações sobre se a análise fatorial exploratória poderia encontrar uma estrutura diferente e eventualmente mais adequada do que a testada via análise confirmatória.

Para ler mais sobre o tema, recomendamos a leitura de Orcan (2018).

Conclusão

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Referência

Orcan, F. (2018). Exploratory and confirmatory factor analysis: Which one to use first. Journal of Measurement and Evaluation in Education and Psychology, 9(4), 414-421https://dergipark.org.tr/en/download/article-file/608228

Como citar este post

Damásio, B. (2023, 4 de março). Análise fatorial exploratória ou análise fatorial confirmatória: Qual escolher? Blog Psicometria Online. https://www.blog.psicometriaonline.com.br/analise-fatorial-exploratoria-ou-analise-fatorial-confirmatoria-qual-escolher/

Bruno Figueiredo Damásio

Sou Psicólogo, mestre e doutor em Psicologia. Venho me dedicando à Psicometria desde 2007.

Fui professor e chefe do Departamento de Psicometria da UFRJ durante os anos de 2013 a 2020. Fui editor-chefe da revista Trends in Psychology, da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP) e Editor-Associado da Spanish Journal of Psychology, na sub-seção Psicometria e Métodos Quantitativos.

Tenho mais de 50 artigos publicados e mais de 5000 citações, nas melhores revistas nacionais e internacionais.

Em 2020, saí da UFRJ para montar a minha formação, a Psicometria Online Academy.

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